O que tem a ver o blog Mora na Filosofia com a Viola de Lereno? E por falar nisso, quem é esse tal de Lereno?
Bem, Lereno, infelizmente, não é, foi. Foi um carioca chamado Domingos Caldas Barbosa, nascido em 1740, primeiro astro da posteriormente chamada MPB. Depois de pontificar em tertúlias no Porto, na corte de Lisboa e no Rio, Domingos quis ser lembrado como poeta sério e publicou a coletânea de versos chamada “Viola de Lereno”, adotando um nome pastoril, como era costume entre os poetas de então. Mas o Domingos gostava mesmo era da gandaia. Foi estudar em Coimbra, desistiu, preferiu ficar apenas na companhia dos estudantes e dos homens ditos sérios que, nas tavernas e nos salões, tocavam a viola, o machete, a guitarra, e cantavam amores, veros ou imaginados, entre copos de variados teores alcoólicos.
O mulato Domingos fez nome. Mereceu até citação em poema de Bocage, outro poeta mais do que chegado a uma noitada alegre. Bocage o criticou, claro, temia a concorrência. Pois as modinhas e os lundus de Domingos enfeitiçavam a todos que os ouviam, principalmente às suspirosas moçoilas. Como é que um sujeito pardo, vindo da barbárie da colônia, podia suplantar os versejadores da Corte? É, ele suplantava. Depois de ensinar aos reinóis como fazer música que agradasse ao povo, voltou para o Rio de Janeiro e se esbaldou. Na sua obra está uma das raízes de nossa música popular, misturando as almas lusa e africana, no cenário da alegria carioca.
Como este blog pertence a um outro Caldas, que também se dedica a dedilhar nas cordas a alma carioca, achei bom lembrar, logo de início, que os cantadores do Rio são uma família antiga, muito antiga, que nunca pára de crescer. É isso.
João
Nota do blogueiro: João Daltro é carioca, salgueirense e reside na Praia Brava, em Floripa.
Bem, Lereno, infelizmente, não é, foi. Foi um carioca chamado Domingos Caldas Barbosa, nascido em 1740, primeiro astro da posteriormente chamada MPB. Depois de pontificar em tertúlias no Porto, na corte de Lisboa e no Rio, Domingos quis ser lembrado como poeta sério e publicou a coletânea de versos chamada “Viola de Lereno”, adotando um nome pastoril, como era costume entre os poetas de então. Mas o Domingos gostava mesmo era da gandaia. Foi estudar em Coimbra, desistiu, preferiu ficar apenas na companhia dos estudantes e dos homens ditos sérios que, nas tavernas e nos salões, tocavam a viola, o machete, a guitarra, e cantavam amores, veros ou imaginados, entre copos de variados teores alcoólicos.
O mulato Domingos fez nome. Mereceu até citação em poema de Bocage, outro poeta mais do que chegado a uma noitada alegre. Bocage o criticou, claro, temia a concorrência. Pois as modinhas e os lundus de Domingos enfeitiçavam a todos que os ouviam, principalmente às suspirosas moçoilas. Como é que um sujeito pardo, vindo da barbárie da colônia, podia suplantar os versejadores da Corte? É, ele suplantava. Depois de ensinar aos reinóis como fazer música que agradasse ao povo, voltou para o Rio de Janeiro e se esbaldou. Na sua obra está uma das raízes de nossa música popular, misturando as almas lusa e africana, no cenário da alegria carioca.
Como este blog pertence a um outro Caldas, que também se dedica a dedilhar nas cordas a alma carioca, achei bom lembrar, logo de início, que os cantadores do Rio são uma família antiga, muito antiga, que nunca pára de crescer. É isso.
João
Nota do blogueiro: João Daltro é carioca, salgueirense e reside na Praia Brava, em Floripa.
2 comentários:
...grata surpresa de saber que, mesmo à boca pequena, se fala,comenta e estuda a história da melhor música que se faz neste pais, parabéns e, VIVA A TODA BOA MÚSICA feita no BRASIL...grande abraçAdão!!
Grato Adão...quem sabe volto a escrever no Blog...falta oportunidade e tempo...incentivo já tenho o seu. Valeu!
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